A rotação de culturas possui diversos benefícios e pode gerar impactos positivos tanto nas lavouras, quanto no meio ambiente em geral. Nós já abordamos anteriormente sobre essa técnica e como preparar o solo para a rotação de culturas, agora entenda melhor como a rotação das culturas arroz e soja podem contribuir para aumentar a fertilidade do solo.
Neste artigo abordamos como a adubação fosfatada pode te ajudar a aumentar a fertilidade do solo.
O cultivo de soja em rotação com arroz é uma prática que tem crescido nos últimos anos no Rio Grande do sul.
A técnica favorece a orizicultura do estado, especialmente pela possibilidade de reduzir o banco de sementes de plantas daninhas, inclusive do arroz vermelho resistente a herbicidas do grupo das imidazolinonas.
Porém, só é possível um resultado desses casos a lavoura de soja seja robusta e vigorosa, com fechamento de dossel, impedindo fluxos de emergência de plantas daninhas ao longo do ciclo de crescimento que infestam a área e alimentam o banco de sementes de ervas daninhas.
Por isso a adubação de soja é tão importante na rotação com o arroz.
Resposta da soja à adubação fosfatada

Exemplo de planta bem nutrida. O fósforo é importante para aumentar as ramificações nas plantas de soja. Foto: Oryza&Soy.
Os solos gaúchos onde as lavouras de arroz são cultivados são predominantemente ácidos ou extremamente ácidos, com teores baixos de argila e matéria orgânica e deficientes em fósforo e potássio.
Isso os caracteriza, de forma geral, como solos de baixa fertilidade.
Por outro lado, a cultura da soja, em comparação a do arroz irrigado, tem necessidades superiores quanto à acidez do solo (pH 6,0), fósforo (maior teor crítico) e potássio (maior exportação pelos grãos).
Isso resulta em alto potencial de resposta da soja à adubação e à calagem em solos de várzea.
Em um estudo sobre a resposta da soja à adubação fosfatada, se chegou a uma máxima eficiência com dose de 120 quilos de fósforo (P2O5) por hectare.
O rendimento médio com essa dose foi de 4,26 toneladas do grão (aproximadamente 71 sacos) por hectare, um aumento de produtividade de 1,28 toneladas em relação à testemunha, sem a adubação.
O estudo foi feito com quatro ensaios de avaliação da resposta em rendimento de grãos da soja à adubação fosfatada, em solos arrozeiros dos municípios gaúchos de Capivari do Sul, Cachoeirinha, São Gabriel e Cachoeira do sul. (Vedelago, 2014)
Adubar a soja para melhorar o arroz
Outro benefício esperado da rotação do cultivo de arroz com a soja é um aumento residual da fertilidade dos solos, devido aos maiores volumes na adubação da leguminosa comparada à do cereal.
Entretanto, o incremento desejado só ocorre em condições de balanços positivos de nutriente.
Isto é, quando a quantidade de nutrientes extraída e exportada no grão de soja não superar a quantidade acrescida das eventuais perdas do sistema.
Na média do estudo citado anteriormente, o esperado efeito residual somente ocorreu a partir de doses superiores a 60 quilos de P2O5 por hectare.
Cabe ressaltar que a média do padrão que não recebeu adubação fosfatada (tratamento testemunha) apresentou rendimento de aproximadamente 50 sacos por hectare, um valor semelhante embora ligeiramente superior à média de rendimento do RS nos últimos anos, o que atesta as boas condições de desenvolvimento de plantas dos ensaios, que levaram a uma forte extração, e consequente redução de estoques, do nutriente do solo.
Referencias bilbiográficas:
VEDELAGO, A.; CARMONA, F. C.; BOENI, M.; LANGE, C. E.; ANGHINONI, I. Fertilidade e aptidão de uso dos solos para o cultivo da soja nas regiões arrozeiras do Rio Grande do Sul. Cachoeirinha: IRGA. Divisão de Pesquisa, 2012. 46 p. (Boletim Técnico).
VEDELAGO, A . Adubação para a soja em terras baixas drenadas no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: UFRGS. Dissertação de Mestrado, 2014. 83 p.
Fonte: https://blog.aegro.com.br/rotacao-arroz-soja-adubacao-fosfatada-para-melhorar-fertilidade/